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Foto do escritorKirimure Construtora

Após salto nas vendas, setor imobiliário aposta em retomada do mercado

Negócios em São Paulo destoam do desempenho de meses anteriores, mas ainda está calcado no Minha Casa Minha Vida



O financiamento de 24,9 mil imóveis em julho consolida a tendência de recuperação que vinha sendo ensaiada pelo setor imobiliário.

Foi a construção civil que, engatando uma retomada, ajudou a segurar o PIB (Produto Interno Bruto) em alta de 0,4% no segundo trimestre.

O crescimento de 24% no número de imóveis financiados sobre julho de 2018 e de 36% no volume de crédito concedido é atribuída pelo setor a uma combinação de fatores.


Apontam juros mais baratos, que tornam o financiamento imobiliário mais barato e ampliam o leque de pessoas capazes de comprar a casa própria; retomada da confiança, ligada a uma estabilização do desemprego —a redução ainda é lenta—; e a lei que regula as regras para a desistência da compra de um imóvel, sancionada no ano passado.

Por enquanto, são conhecidos apenas os dados da Abecip (associação das entidades que concedem crédito imobiliário) de julho.

​Dados de vendas e lançamentos devem ser divulgados pelo Secovi-SP até a próxima semana, enquanto a Abrainc (incorporadoras) publicou os dados de junho na semana passada.

Segundo o Secovi, dos 6.319 novos imóveis vendidos, 4.225 foram residências de dois quartos, o segmento que menos sofreu durante a pior fase da crise econômica.


No segmento um dormitório, que abarca também studios compactos, foram 662 unidades, abaixo do número de maio e quase o dobro das vendas de junho de 2018 —uma base de comparação fraca, reflexo da paralisação dos caminhoneiros no ano passado.

Já pelo dados da Abrainc, um indicador elaborado pela Fipe e que considera dados de 20 incorporadoras, houve uma estabilidade nas unidades vendidas entre maio e junho, ao redor de 10 mil.

Esse número já vinha se repetindo desde 2018, puxado pelos imóveis do Minha Casa Minha Vida, que em junho vendeu mais 6.700 imóveis.

Se nas vendas há estabilidade, a retomada da confiança de empresários fez dobrar o número de lançamentos entre maio e junho, para 16,3 mil unidades —12,6 mil delas no Minha Casa Minha Vida. 

Esse mesmo patamar mensal havia sido registrado em dezembro do ano passado.

“No consolidado, a gente vê um crescimento forte. No segmento de baixa renda a demanda é muito grande, é um segmento que nunca teve problema”, afirma o presidente da Abrainc, Luiz França.

“Por incrível que pareça, realmente aconteceu [o crescimento]. É difícil explicar, mas quem casa quer morar, quem separa quer ainda mais”, explica Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP, sobre a retomada nas vendas.

É um resumo da demanda reprimida depois de cinco anos de crise econômica, diz o presidente do Secovi-SP.

O componente crédito é um dos mais citados pelos especialistas para as vendas: o custo médio do financiamento está em 7,8% ao ano, segundo dados de junho do Banco Central. Um ano antes, era de 8%.

No fim de julho, o BC cortou a taxa Selic de 6,50% ao ano para 6%, e a expectativa é que ocorram novas reduções até o final do ano, com potencial de tornar financiamentos mais baratos.

“Cada 1 ponto percentual de queda de juros representa redução de 15% no valor da prestação”, afirma Jafet.

Também por isso, o setor comemorou o lançamento do novo crédito imobiliário da Caixa, atrelado à inflação.

Com apenas 20% do comprometimento de renda e juros mais baixos —em um cenário de inflação controlada—, mais pessoas poderiam comprar a casa própria. Isso ocorreria mesmo com desemprego em patamar elevado.

O governo divulgou que foram criados 43.820 empregos formais em julho, o quarto mês seguido no positivo, mas um número menor que o registrado um ano antes.

“Foram meio milhão de vagas em pouco mais de seis meses e isso está colaborando para que as pessoas tenham confiança”, diz Jafet. Na prática, o recém-contratado não conseguirá comprar uma casa nova agora, mas quem sobreviveu à crise empregado passa a ter menos medo de ser demitido.

Para Jafet, a demanda é maior entre os que compram para morar, e não de investidores.

França, da Abrainc, diz não contar com levantamentos desse tipo. Diz, porém, que é natural que o mercado caminhe para um amadurecimento e que isso passaria pela construção de imóveis 100% para aluguel, como ocorre em países desenvolvidos.

Nas regiões nobres de São Paulo, algumas incorporadoras, como a Vitacon, passaram a fazer gestão do imóvel para o comprador investidor; administram o aluguel por temporada em plataforma própria e pagam o proprietário do imóvel mensalmente.


Fonte: Matéria do portal Folha de São Paulo, publicado no dia 1º de setembro de 2019.

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